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O Realismo no Brasil

Em 1881, inicia-se oficialmente o Realismo no Brasil, com a publicação do romance: Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
Apesar de ser uma obra diferente, apresenta um traço comum: o triunfo da observação da realidade.
O início do Realismo ocorre em duas direções. A primeira é relacionada aos problemas sociais, ambiente urbano e elementos do cotidiano. Já a segunda, aconteceu no flerte do realismo com o Naturalismo. Assumindo uma posição ideológica regionalista, na qual se elevou a cor local, a vida difícil no ambiente rural brasileiro e o determinismo, negando a existência do livre-arbítrio.

As características do Realismo:
  • Oposição ao idealismo romântico. Não há envolvimento sentimental
  •  Representação mais fiel da realidade
  •  Narrativa minuciosa (com muitos detalhes)
  •  Personagens analisadas psicologicamente
  •  Análise dos valores burgueses com visão crítica denunciando a hipocrisia e corrupção da classe.

As principais obras do realismo:
  • 1881 “O Mulato”, “Memórias póstumas de Brás Cubas”
  • 1884 “Casa de pensão”
  • 1888 “O missionário”, “O Ateneu”
  • 1890 “O cortiço”
  • 1891 “Quincas Borba”
  • 1893 “A normalista”
  • 1895 “Bom-Crioulo”
  • 1899 “Dom Casmurro”
  • 1903 “Luzia-Homem”
  • 1904 “Esaú e Jacó”
  • 1908 “Memorial de Aires”
Os Principais autores:

  • Machado de Assis
  • Raul Pompéia
  • Aluísio Azevedo
  • Inglês de Souza
  • Adolfo Caminha
  • Domingos Olímpio    

 Biografia de Machado de Assis

Machado de Assis, nasceu em uma chácara no morro do Livramento no Rio de Janeiro, no dia 21 de junho de 1839.
Logo cedo mostrou seus pendores intelectuais, aprendeu francês com uma amiga. Em 1856 entrou na Tipografia Nacional, como aprendiz de tipógrafo, onde conheceu o escritor Manuel Antônio de Almeida, de quem se tornou amigo. Aí permaneceu até 1858.
Machado de Assis retornou, em 1858, para a livraria de Francisco de Paula Brito, onde se tornou revisor. Sem abandonar a atividade literária, passou a frequentar o mundo boêmio dos intelectuais do Rio de Janeiro. Logo veio a colaborar para vários jornais e revista, entre eles Revista Ilustrada, Gazeta de Notícias, e o Jornal do Comércio. Em 1864 publicou seu primeiro livro de poesias, "Crisálidas".
Em 1867 iniciou sua carreira de funcionário público. Por indicação do jornalista e político Quintino Bocaiuva, tornou-se redator do Diário Oficial, onde logo foi promovido a assistente de diretor. Em 1869 casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais, que o estimulou na carreira literária. Em 1872 publicou seu primeiro romance "Ressurreição".
Costuma-se dividir a obra de Machado de Assis em duas fases distintas. A primeira fase apresenta o autor ainda preso a alguns princípios da escola romântica. A segunda fase apresenta o autor completamente definido dentro das ideias realistas. Em 1881 publica o romance "Memórias Póstumas de Brás Cubas", que marca a fase realista de sua obra, onde revela seu talento na análise do comportamento humano, descobrindo, por trás dos atos aparentemente bons e honestos, a vaidade, o egoísmo e a hipocrisia.
Machado de Assis teve uma carreira meteórica, como funcionário público. Em 1873 foi nomeado primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura. Em 1880 já era oficial de gabinete. Em 1888 foi nomeado Oficial da Ordem da Rosa, por decreto imperial, pelos serviços prestados ao Estado. Em 1892 assume a direção Geral do Ministério da Viação.
Machado de Assis foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Aclamado presidente , por unanimidade, logo na primeira reunião, permaneceu no cargo até 1908. Ocupou a cadeira de número 23, cujo patrono anterior era José de Alencar. Em sua homenagem, a academia é também chamada de "Casa de Machado de Assis".
Em outubro de 1904 morreu sua companheira de 35 anos, Carolina Augusta Xavier Novais, que além de revisora de suas obras era também sua enfermeira, pois Machado de Assis tinha a saúde abalada pela epilepsia. Após sua morte o romancista raramente saía de casa. Em sua homenagem dedicou o poema "A Carolina".
Joaquim Maria Machado de Assis morreu no Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro de 1908. Foi enterrado no cemitério de São João Batista, na mesma cidade onde nasceu e viveu toda sua vida. Representando a Academia Brasileira de Letras, o jurista Rui Barbosa fez um discurso em homenagem ao escritor.
                                                                                               


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